Batista de Sousa e Quésia, Sensibilidade e ousadia na Conceito Relíquia
“Lar não é um Lugar... é um Sentimento”
Com esta assertiva expressa na ambientação, os Arquitetos e Urbanistas, Batista de Sousa e Quésia Braga sintetizaram lição sobre Arquitetura e Interior Design com audácia, ousadia e sensibilidade.
Não existe acaso ou coincidências e Arquitetura começa com “AR” porque abarca todas as manifestações, expressões, linguagens, gêneros artísticos e os dois profissionais evidenciaram isso ao aceitar o desafio da Conceito Relíquia, selecionando espaços de socialização de uma residência não só para reordenar mobiliários e elementos decorativos já existentes na loja.
Ambos foram muito além das fronteiras do senso comum, do óbvio ululante, seguindo os conceitos do Mestre Oscar Niemeyer que alega em suas obras literárias que a Arquitetura se ocupa da plástica, o que também tem verossimilhança indubitável com o Interior Design.
Os artistas Batista e Quésia foram propositivos e demonstraram o poder de agenciamento/convencimento que devem ter os profissionais da área para criar projetos diferenciados, agregando valor às demandas de um cliente hipotético e perceptivo.
Quando não é possível interação os interior designers renomados recomendam entregar uma “tela em branco” para que o cliente preencha com elementos de sua essência – emoções, sensações, histórias de vida, da forma que lhes aprouver.
Ao selecionar ambientações de socialização, sala de estar e jantar, com um lavabo anexo propuseram paletas de cores fora do mais do mesmo, conceitos e recortes de paisagismo, adicionaram estruturas e forrações audaciosas com criatividade incomum.
No acesso ao segundo piso, onde se situa o ambiente assinado por Batista e Quésia já se observa no guarda-corpo da escadaria estruturas forradas com papel de parede que convidam a adentrar, cuja continuidade se projeta na proposta de uma bancada, também forrada com o mesmo papel de parede para elevar e manter suspensa uma estante existente, que separa o estar da sala de jantar, que fez toda a diferença.
Uma outra estrutura garimpada na loja foram os biombos que separam a sala de jantar do lavabo, onde utilizaram a janela como suporte para um jardim vertical.
Ao fundo da grande sala de estar é onde se encontra na parede preta a assertiva “Lar não é um Lugar... é um Sentimento” - os designers de interiores criaram nos extremos, entre mobiliários e volumes contemporâneos jardins paisagens, proporcionando harmonia, aconchego e conforto para encantar, sentir e inspirar.
Ainda, na sala de estar, abraçados ao projeto com a paixão de artistas consolidados decidiram criar uma extensa luminária a partir de peneiras de pedreiros, pintadas de preto, com minúsculas lâmpadas de led, proporcionando sensações hápticas (tátil-visual) por todo o espaço, remetendo-nos à uma visão cósmica do Universo. Uma luminária conceitual que ganharia o status de instalação nas mais prestigiadas galerias do planeta.
Na composição da sala de jantar detalhes e sutilezas que exortam nossas sensações. Uma mesa preta com cadeiras pretas, com estofados verdes sob luminária contemporânea descentralizada, ladeando uma parede verde com obras de arte abstratas sobrepostas com texturas aveludadas e cores sóbrias, numa conexão entre mobiliário, cores, nuances com iluminação no branco quente, que aquecem o espaço.
Na Conceito Relíquia, um dos templos do interior design contemporâneo as possibilidades de layouts com mobiliário, elementos e adornos refinados, sofisticados e design exclusivíssimos são inúmeras e não é difícil a apresentação de uma ideia de decoração que satisfaça quaisquer clientes.
Contudo, e, reiterando, a criação de espaços inusitados e emocionantes somente artistas multifacetados como Batista e Quésia alcançam tendo como aliados a inspiração, intuição e ideias audaciosas, oriundas das artes visuais, paisagismo, design, entre outras expressões artísticas.
Aqui se dá portanto, a constatação de que o Interior Design pode e deve aguçar os sentimentos tanto de quem habita como de quem frequenta, e, que não se trata apenas de um estático reordenamento ou reorganização de mobiliários e afins, mas sim um devir, ou seja uma constante mutação no acúmulo de experiências diante da Vida.