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Foto do escritorFernand Lodi

Janeiro Branco: A vida pede equilíbrio emocional


Luana Nogueira Ferrari, psicóloga da Fundação São Francisco Xavier

A pandemia da Covid-19 gerou incertezas, medos, receios e desencadeou uma crise sem limites na saúde mental de muitas pessoas. Casos como depressão e ansiedade eclodiram no mundo todo.


Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que já são mais de 350 milhões de pessoas, de todas as idades, que sofrem com a doença. O Brasil assume o ranking da ansiedade, com 18,6 milhões de pessoas com o transtorno.


Especialistas já consideram que estamos vivenciando uma nova pandemia na área da saúde mental.


A OMS revelou que os reflexos da pandemia promoveram um aumento de 25% nos casos de ansiedade e depressão em 2020. Pesquisa da Universidade Federal de Pelotas e da Vital Strategies mostrou que os casos diagnosticados de depressão subiram de 9,6%, antes da pandemia, para 13,5% em 2022.


A campanha “Janeiro Branco” chama a atenção da humanidade para as questões relacionadas à saúde mental e emocional e ganha ainda mais relevância nesse contexto.


Instituído por um grupo de psicólogos mineiros em 2014, o movimento pega carona no mês tradicionalmente marcado por reflexões e planejamentos profissionais e pessoais e objetiva conscientizar sobre a importância de colocar na lista as metas traçadas e o cuidado com a saúde mental.


Com o tema “A Vida pede Equilíbrio”, a campanha Janeiro Branco 2023 promete promover uma reflexão sobre como as pessoas têm vivido os seus dias.


A correria do dia a dia, entre equilibrar a vida pessoal e profissional e as rotinas diárias, traz a perda desse equilíbrio e, consequentemente, a diminuição da qualidade de vida, o que pode gerar adoecimento e afastamento.


Ao longo da vida, todos podemos ser afetados por problemas de instabilidade emocional de menor ou maior gravidade. Certas situações específicas podem gerar e agravar os quadros de perturbações na saúde mental.


O mundo moderno e globalizado, por exemplo, não só trouxe comodidades tecnológicas e confortos, mas também gerou uma série de inquietudes no ser humano.


É preciso ser multitarefas, competitivo, assertivo e, ainda, lidar com as cobranças internas e externas. A falha nesse processo gera frustrações e pode acarretar fraquezas e adoecimento mental.


Durante a pandemia, tudo foi potencializado. O ser humano deixou de exercer um dos seus principais papéis: o de indivíduo biopsicossocial que necessita de interação social. As pessoas se acostumaram com o distanciamento social, as chamadas de vídeo e as reuniões online, deixando de lado a presença física.


Esse comportamento intensificou a introspecção, gerou intolerância e promoveu a solitude. Estamos cada vez mais acostumados a estarmos sós.


O equilíbrio é essencial para manter uma vida saudável. Estar consigo mesmo para curtir, refletir ou mesmo como uma forma de autocuidado é muito Classificação da informação: Restrita Grupo de Acesso: Destinatários deste e-mail importante. Mas também, é essencial interagir com o outro, trocar vivências, experiências e conhecimentos. A vida social faz parte de uma vida saudável.

Para atingir o bem-estar é preciso desacelerar, viver o presente e dar importância às boas coisas da vida.


Uma das maneiras de obter inteligência emocional é buscar o autoconhecimento, se cercar de pessoas e ambientes favoráveis, praticar atividades físicas e fazer o que gosta. O novo ano está aí e com ele diversas novas oportunidades de conquistar uma vida cada vez mais saudável e feliz.

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